nada cede sob os pés a areia cede sede de água e sal nas veias caminho há casas e abrigos e nada vagueio em mim estou sem estar porque mais além sob os pés cresce uma ave encho-me dela e voo por sobre o mar nada mais cede é realidade o sonho é homem quem o sonhou vagueio em mim (buarcos) (António José Cravo) ahcravo.wordpress.com |
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25/02/2012
"nada cede"
17/02/2012
Meninos e Cavalos #1
Cavaleiro
Fábio Menezes Alvarez e SL Sabbath
Menino cavaleiro
Fazes maravilhas
Na tua liberdade
De criança.
Saltas montanhas e
Dominas teu Sabbath,
Enquanto os
meninos
Ainda brincam nos cavalos
De Carrossel.
(Letícia Valle)
Álbum
“Meus Rapazes”
De
Joana Menezes
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16/02/2012
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos (Foto por Kurt Klagsbrunn) 1953 BR Morre o escritor Graciliano Ramos. Nasceu em 1892, em Quebrangulo [paroxítono], Alagoas. Casado duas vezes, tem sete filhos. Altura, 1,75. Sapato n.º 41. Colarinho n.º 39. Prefere não andar. Não gosta de vizinhos. Detesta rádio, telefone e campainhas. Tem horror às pessoas que falam alto. Usa óculos. Meio calvo. Não tem preferência por nenhuma comida. Indiferente à música. Não gosta de frutas nem de doces. Sua leitura predileta: a Bíblia. Escreve Caetés com 34 anos de idade. Não dá preferência a nenhum dos seus livros publicados. Gosta de beber aguardente. É ateu. Indiferente à Academia. Odeia a burguesia. Adora crianças. Romancistas brasileiros que mais lhe agradam: Manoel António de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Gosta de palavrões escritos e falados. Deseja a morte do capitalismo. Escreve seus livros pela manhã. Fuma cigarros Selma (três maços por dia). É inspetor de ensino, trabalha no Correio da Manhã. Apesar de o acharem pessimista, discorda de tudo. Só tem cinco ternos de roupa, estragados. Refaz seus romances várias vezes. Esteve preso duas vezes. É-lhe indiferente estar preso ou solto. Escreve à mão. Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José Olympio. Tem poucas dívidas. Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas. Espera morrer com 57 anos (Obs.: morreu aos 61). Capitão Lobo comandava o quartel em que esteve preso no Recife, 1936; Cubano foi um ladrão que ele conheceu na cadeia. Ver Memórias do Cárcere, título idêntico ao de Camillo Castello Branco. “Esse Graciliano Ramos, ou Velho Graça, ou Major Graça, ou Mestre Graça, como o chamavam afetuosamente, é um fingidor. Por sentimentalismo ou vergonha, finge-se mais áspero do que é, mais espinhoso que um mandacaru. Sertanejo magro, de ombros curvos, um cigarro ardendo entre os dedos ou na boca, de roupas simples mas asseadas, mãos limpas (em todos os sentidos). Cria fama de grosseiro. § Caetés (1933) (ganhador do prêmio Brasil de literatura); § São Bernardo (1934); § Angústia (1936); § Vidas Secas (1938); § A Terra dos Meninos Pelados (1939); § Brandão Entre o Mar e o Amor (1942); § Histórias de Alexandre (1944); § Infância (1945); § Histórias Incompletas (1946); § Insônia (1947); § Memórias do Cárcere, póstuma (1953); § Viagem, póstuma (1954); § Linhas Tortas, póstuma (1962); § Viventes das Alagoas, póstuma (1962); § Alexandre e Outros Heróis, póstuma (1962); § Cartas, póstuma (1980); § O Estribo de Prata, póstuma (1984); § Cartas à Heloísa, póstuma (1992). traduções: Graciliano Ramos também dominava o INGLÊS e o FRANCÊS. Realizou algumas traduções: § Memórias de um Negro de Booker T. Washington, (1940); § A Peste de Albert Camus, (1951) Prêmios § 1936 - Prêmio lIMA bARRETO (Revista Acadêmica) - aNGÚSTIA § 1937 - Prêmio lITERATURA INFANTO-JUVENIL (mINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO) - A tERRA DOS MENINOS PELADOS § 1942 - Prêmio Felipe de Oliveira - Conjunto da Obra § 1962 - Prêmio da Fundação William faulkner (Estados Unidos) - Vidas secAS |
15/02/2012
abre a porta
sorri para ti
abre a porta todas as portas fechadas esperam por ti o braço inicia o movimento de a mão onde antes silêncio sombra pesos insuportáveis súbito se transmutam a porta abriu-se tu deixa os pés irem pela casa caminhas descobres teia a teia desfazes a arte das aranhas dobrada ao peso do pó e do tempo abre a porta sorri para ti (s. pedro do sul; serra da gralheira; covas do monte) (António José Cravo) ahcravo.wordpress.com |
11/02/2012
"nada é tão pesado como a tristeza de não ser"
ama tudo
o sorriso na face à tona dos dias nada é tão pesado como a tristeza de não ser canta o estares aqui mesmo se és nada mais que tu aceita-te mas não desistas de ser mais sem pressas sem angústias acorda os dias em que estás por vezes sem saberes como sorri e ama tudo que tudo é (bico murtosa)
(António José Cravo)
ahcravo.wordpress.com
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10/02/2012
#Promoção Book-Addict: Gift Box Cecelia Ahern
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03/02/2012
Irena Sendler, o anjo do Gueto de Varsóvia
Irena Sendler em 1942. (1910-2008) Mesmo quando dormia, Irena não conseguia esquecer. Em sonhos, ela se via tirando uma criança, que chorava desesperadamente, dos braços da mãe que lhe perguntava: "jura que meu filho se salvará?" Responsável por salvar 2.500 crianças do gueto de Varsóvia, Irena jamais esqueceu aqueles terríveis momentos em que era obrigada a separar os filhos de seus pais.
A prisão de Pawiak No dia 20 de outubro de 1943, Irena foi à casa de sua mãe para uma reunião de amigos. No final da tarde, a Gestapo invadiu o local. Por sorte, ajudada por uma amiga, ela conseguira esconder documentos que a incriminavam e uma grande quantia do Zegota destinada à ajuda aos judeus. A busca durou três horas. Não encontraram nada, mas Irena foi presa e levada à terrível prisão de Pawiak. Uma de suas colaboradoras havia sido presa e, sob tortura, revelara seu nome. O alemão que a interrogou era jovem, com boas maneiras e falava perfeitamente o polonês. Queria os nomes da liderança do Zegota, endereços e a relação de todos os envolvidos. Apesar de brutalmente torturada - quebraram-lhe as duas pernas - ela não cedeu. Sua vontade foi mais forte que a dor. Recusou-se a trair colaboradores ou crianças. Passou três meses nessa prisão até ser julgada e condenada à morte. "Todos os dias, ao amanhecer, as portas das celas eram abertas e eram chamados nomes de pessoas que nunca mais voltavam. Um dia, meu nome foi chamado"; lembrou Irena em seus depoimentos. Irena estava sendo levada para o local onde devia ser fuzilada quando um agente da Gestapo surgiu com a ordem de conduzi-la a outro interrogatório. O Zegota conseguira subornar o agente minutos antes da execução; após conduzi-la a um canto, o nazista mandou-a desaparecer.Estava livre. Na mesma noite, Irena viu cartazes, nos muros de Varsóvia, com o nome das pessoas executadas. Entre eles, constava o seu. A Gestapo não tardou a descobrir o que ocorrera; isto forçou Irena a viver escondida, sob falsa identidade, até a libertação da Polônia pelos exércitos russos - exatamente como tantos outros a quem salvara. Mas, mesmo perseguida pela Gestapo, continuou a atuar. Fim da guerra Em 1945, ao término da guerra, sua primeira providência foi desenterrar as garrafas onde havia guardado as listas com os nomes das crianças que ajudara a salvar. Passou então a procurá-las para as reunir com pais ou outros membros de suas famílias. Poucos, porém, estavam vivos. Adolph Berman, um dirigente do Zegota, decidiu levar 400 crianças para Israel. Apesar de todos os esforços, até hoje não se tem informações sobre o paradeiro de 500. Talvez muitas não tenham sobrevivido ou estejam vivendo na Polônia ou em outros países, sem consciência de sua identidade judaica. No fim da guerra, os comunistas tomaram conta da Polônia. A política do novo regime, de forte anti-semitismo oficial, fez com que a história do Zegota, de Irena Sendler e de tantos outros fosse apagada dos livros de história do país. A própria Irena foi tachada de fascista por seu trabalho com o Zegota, durante a guerra, e por ter salvo judeus. Voltou a trabalhar como assistente social. Levava uma vida simples e discreta e não falava de seu passado. Seu casamento com Mieczyslaw Sendler acabara logo após a guerra. Divorciada, casou-se com Stefan Zgrzembski, com quem teve dois filhos, Janka e Adam.Quando, em 1965, o Instituto Yad Vashem concedeu a Irena o título de "Justa entre as Nações", os líderes comunistas não permitiram que ela saísse da Polônia para receber o prêmio. Só mais tarde, em 1983, pôde receber o título, ocasião em que foi plantada uma árvore em seu nome. O ano de 1994 é marcado pela queda do comunismo, na Polônia. Mas a vida de Irena só iria mudar seis anos mais tarde, quando as 4 jovens americanas de Uniontown, no Kansas, contataram-na. Irena vivia, à época, em um lar de idosos, em Varsóvia, presa a uma cadeira de rodas, seu souvenir da Gestapo. Nos últimos anos, Elzbieta Ficowska, menina a quem salvara aos 5 meses de idade, ajudava a cuidar dela. Irena rememora o momento em que soube do projeto das jovens: "Fiquei boquiaberta e fascinada, a um só tempo; interessada, muito feliz". Em uma das primeiras cartas de Irena às jovens, escreveu: "Minha emoção está sendo ofuscada pelo fato de que ninguém do meu círculo de colaboradores, que viviam arriscando suas vidas, pôde viver o bastante para desfrutar todas as honras que hoje recaem sobre minha pessoa... Não encontro palavras para lhes agradecer, minhas queridas meninas... Antes de vocês escreverem a peça "Life in a Jar", ninguém em meu próprio país e em todo o mundo se havia preocupado com minha pessoa ou com o trabalho que desempenhei durante a guerra...". Em maio de 2001, as 4 jovens, acompanhadas do professor Conrad, viajaram a Varsóvia para se encontrar com Irena. Na mesma época, a mídia internacional começa a divulgar sua história. Emocionada, Irena diz às jovens que elas eram "as resgatadoras da história de Irena perante o mundo". Ao publicar a história, vários jornais colocaram uma antiga foto dela. De repente, diversas pessoas a contataram: "Lembro-me de seu rosto... sou uma daquelas crianças, devo-lhe a minha vida e meu futuro, preciso vê-la!" No ano de 2003, Irena Sendler recebeu uma carta do papa João Paulo II. Em março daquele ano foi a vez da Polônia fazer reparações oficiais. Irena é agraciada com a Ordem da Águia Branca, a mais importante distinção concedida pelo governo daquele país. Devido ao seu delicado estado de saúde, ela não participou da cerimônia em sua homenagem, mas enviou Elzbieta Ficowska para ler uma carta em seu nome. Entre outros, a carta dizia: "Nós e as gerações futuras precisamos recordar a crueldade e o ódio humano que dominava aqueles que 'entregaram' seus vizinhos ao inimigo; o ódio que lhes ordenou cometerem assassinato e a indiferença pela tragédia daqueles que pereceram. Meu sonho é que esta recordação se torne um alerta ao mundo - para que a humanidade jamais volte a vivenciar uma tragédia de igual proporção". No ano seguinte foi publicado um livro sobre sua vida escrito por Anna Mieszkowska: Mother of the Children of the Holocaust: The Irena Sendler Story. Em março de 2007 a Polônia prestou-lhe uma homenagem, em sessão solene na Câmara Superior do Parlamento, tendo seu nome sido indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Neste ano de 2008, em fevereiro, quando celebrou 98 anos, recebeu das jovens de Kansas a notícia de que a peça sobre sua vida fora representada pela 254ª. vez, em Toronto, Canadá. Irena partiu deste mundo no dia 12 de maio de 2008, em Varsóvia. Centenas de pessoas acompanharam seu corpo até sua última morada, no cemitério de Varsóvia.Na ocasião, o Rabino-chefe ortodoxo da Polônia, Rabi Michael Schudrich, recitou o Kadish por aquele ser humano tão nobre. O Rabino lembrou-a dizendo que esperava que a vida de Irena servisse de inspiração a outros: "Fomos abençoados com tantos anos em que a tivemos como exemplo vivo... Ela não apenas salvou crianças judias; salvou também a alma da Europa... seu exemplo pode ajudar-nos a mudar o mundo... Bastará que cada pessoa que ouça a sua história tente fazer um ato de bondade por outro ser humano, dia após dia". Bibliografia: Paldiel, Mordecai, The Rightheous Among The Nations, Rescuers of Jews During The Holocaust, Yad Vashem - The Holocaust Martyrs' and Heroes' Remembrance Authority. Life in a jar, The Irena Sendler project, www.irenasendler.org Artigo do International Herald tribune, Poland holds memorial service for Irena Sendler, 15 maio de 2008. Fonte: www.morasha.com.br Acesso em 03/02/2012. Revista Morashá, Edição 61, julho 2008. |
torreira_companha do marco_2
mais um
dir-te-ão as bibliotecas
onde
os livros mais raros
se
do mar encontrarás
muitos
ficarás a saber
das marés e das ondas
dos fundos das planícies
das montanhas e dos abismos
que esconde
gastarás neles os olhos
e, quiçá, escreverás também tu
mais um livro
a juntar a tantos outros
porém
nada terás lido sobre o mar
se não fores capaz
de ler o rosto de um pescador
pensar-te-ás sabedor
na tua ignorância letrada
mais um
(torreira, companha do marco, 2010)
(António José Cravo)
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